
2º morte por causa do defeito no Brasil foi confirmada pela polícia de Sergipe nesta quarta (15). Maior recall da história atingiu mais de 100 milhões de veículos em todo o mundo. Uma das vítimas dos airbags da Takata ficou cego de um olho
Reuters
O caso conhecido como ‘airbags mortais’ teve a segunda morte no Brasil confirmada nesta quarta-feira (15) pela polícia de Sergipe. Um motorista de um Chevrolet Celta morreu vítima de ferimento feito por uma peça do airbag da Takata, que atingiu o seu pescoço em 20 de janeiro após acidente de trânsito, informou a perícia.
Até a divulgação desta nova ocorrência, havia a confirmação de 1 mortes no país; a de um homem no Rio de Janeiro, em 27 de janeiro, envolvendo o defeito em um Honda Civic.
O G1 entrou em contato com a Chevrolet, fabricante do modelo Celta, para que a empresa possa se pronunciar sobre o caso, mas até a publicação desta reportagem não havia obtido retorno.
Acidente na Orla de Atalaia, em Sergipe, que terminou na morte de motorista do Celta
SSP/SE/Divulgação
O mega-recall da japonesa Takata veio à tona em 2013 quando se descobriu o defeito na abertura dos insufladores produzidos pela empresa. Mas a falha ganhou mais atenção em 2014 ao passar a ser associado a mortes fora do Brasil.
Em todo o mundo, o número de veículo chamados para recall por causa do problema passou dos 100 milhões, de 19 diferentes fabricantes, o que o torna o maior recall da história automotiva. Ao menos 25 mortes e 300 feridos estão relacionados à falha, de acordo com agência Reuters.
Mais de 2 milhões de carros com airbags defeituosos também foram convocados para reparo no Brasil.
Quantas mortes no Brasil?
Honda e Toyota foram as fabricantes que, até a última edição dessa reportagem, haviam divulgado ocorrências do defeito no Brasil. Foram 40 rompimentos dos airbags da Takata no Brasil; com 39 da Honda e 1 da Toyota.
1 pessoa morreu e 16 ficaram feridas devido às falhas apresentadas em veículos da Honda. Com a confirmação da morte no Celta, o país tem então 2 óbitos registrados por causa do defeito.
O que acontece com o airbag? Como ele pode matar?
Entenda o caso dos ‘airbags mortais’ da Takata; Brasil tem recalls
O problema está em uma peça defeituosa chamada insuflador. Ela é um tipo de caixa metálica que abriga o gás que faz a bolsa de ar inflar.
O defeito nessa peça causa uma abertura forte demais quando o airbag é acionado. Além disso, a falha gera trincas no insuflador e, com a explosão do airbag, ele se estilhaça, atirando pedaços de metal contra os ocupantes, causando ferimentos que podem ser fatais.
A quebra do insuflador e a forte explosão do airbag resultam de uma combinação de 3 fatores.
Os airbags da Takata usam nitrato de amônio para fazer a bolsa de ar abrir. O nitrato, por si só, é relativamente pouco explosivo. Ele se apresenta como um pó branco e é seguro, desde que não aquecido. O risco é maior após longa exposição do carro ao calor ou a ambientes úmidos.
A montagem do dispositivo da Takata permite que a umidade penetre no airbag e corrompa partes metálicas, que se quebram na explosão, rompem a bolsa e atingem os ocupantes.
Quais airbags estão com defeito?
Airbags produzidos pela empresa japonesa Takata podem apresentar uma falha na abertura e machucar os ocupantes. A companhia é fornecedora de grandes montadoras, como as japonesas Honda, Toyota, Nissan, Mitsubishi, Mazda e Subaru, além de BMW, Ford, General Motors (dona da Chevrolet) e Fiat Chrysler. A falha foi anunciada pela Takata em 2013, quando começaram os recalls.
Como posso ter certeza de que meu carro tem esse problema?
A lei obriga as montadoras a anunciar recalls em meios de comunicação, como televisão, jornais e rádio. Nos sites das marcas geralmente há uma área onde estão os comunicados de todos os chamados realizados.
As montadoras também costumam comunicar por carta os proprietários dos veículos envolvidos e disponibilizam um número com ligação gratuita para mais informações. Nos avisos, elas informam o modelo, ano de fabricação e o número de chassi das unidades convocadas.
Initial plugin text